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Estudante do IFTO desenvolve goma de mascar experimental à base de amora para aliviar os efeitos na menopausa

Um projeto formulado pela estudante Renatta Cardoso da Silva, do curso de Biologia do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), Campus de Araguatins, com ajuda de professoras da instituição e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), está trabalhando em uma goma de mascar à base de amora, com o objetivo de aliviar os sintomas da menopausa. O produto experimental está em fase de desenvolvimento e ainda não tem comprovação de eficácia. Entretanto, com base nos princípios da planta, poderá atuar como um aliado para o tratamentos em mulheres que enfrentam o fim do ciclo menstrual.

Por ainda estar em fase de pesquisa, ainda não houve a testagem para seres humanos ingerirem a goma de mascar. De acordo com o IFTO, a pesquisa começou a ser desenvolvida no início de 2023, dentro do Programa de Iniciação Científica IFTO/CNPq. Renatta é orientada pela professora doutora Kátia Paulino de Sousa (IFTO – Campus Araguatins), com coorientação da professora doutora Lunalva Aurélio Pedroso Sallet (Unitins), que contribuiu com a fundamentação teórica sobre compostos bioativos e saúde da mulher.

A ideia da goma de mascar surgiu, segundo a estudante, com o objetivo de unir o conhecimento científico com algo que seja acessível à população, principalmente para as mulheres. O uso da amora vem do interesse de Renatta por plantas medicinais desde os 17 anos, quando ganhou um livro sobre o tema em uma visita técnica ao Instituto Federal de Brasília (IFB).

Sempre achei muito interessante como uma planta poderia ser tão benéfica para a saúde. Eu já tinha muito contato com a amora e ela já me chamava a atenção justamente por ser tradicionalmente usada pelas mulheres mais velhas. As nossas avós utilizavam para aliviar os sintomas do climatério e da menopausa. Utilizavam muito o chá da amora, o chá das folhas”, explicou.
Como o formato em chá já é uma forma tradicional de empregar plantas medicinais com o intuito de ajudar na saúde, segundo a estudante, surgiu a ideia para usar a planta em forma de goma de mascar.

Ver a própria mãe enfrentando os sintomas da menopausa também motivou a estudante a focar os estudos em algo que pudesse ajudar nesse período difícil, que afeta a saúde física e mental das mulheres. Por mais de 10 anos fazendo reposição hormonal, os sintomas da mãe continuaram, entre eles os chamados fogachos (ondas de calor repentinas) e insônia.

“Identificando essa situação muito próxima dentro de casa, eu percebi que muitas mulheres também enfrentam os mesmos sintomas e têm receio de utilizar esses medicamentos hormonais, esses hormônios sintéticos. Então a ideia foi justamente pensar em uma alternativa que seja natural, porque foi uma recomendação da própria ginecologista para que ela utilizasse produtos naturais”, afirmou a estudante.

Goma pode ser um complemento ao tratamento
Como se trata de uma opção natural para complementar o tratamento da menopausa, Renatta sinalizou que a goma de mascar não substitui outros protocolos recomendados por ginecologistas. Mas representa uma nova forma de pensar o uso dessas plantas medicinais.

A amora utilizada na pesquisa é a Morus spp. As pesquisadoras afirmam que o produto tem compostos bioativos que atuam como antioxidantes e podem auxiliar no equilíbrio hormonal. “Esse pensamento de ‘eu estou ingerindo algo que é sensorialmente atrativo’ e que também pode me dar benefícios”, afirmou.

A produção da goma de mascar passou por diversos testes e ainda está em estudo para se chegar à textura e à aparência desejadas pela aluna e pelas professoras. Por depender de outras etapas mais robustas, ainda não foi possível fazer a ingestão da goma, explicou a estudante.

“O que a gente conseguiu foi fazer os testes para poder ajustar a textura, a aparência e um aroma ideal, pois uma das coisas que as mulheres na menopausa sentem é justamente os sentidos muito aguçados. Então a gente não poderia fazer uma goma que fosse muito doce, com um cheiro muito doce, porque isso poderia fazer com que essas mulheres tivessem repulsa. Então a gente trabalhou apenas na padronização da formulação e nessas características sensoriais, como o cheiro e a consistência”, disse Renatta.

Renatta e as orientadoras Kátia Paulino de Sousa e Lunalva Aurélio Pedroso Sallet — Foto: Arquivo pessoal/Renatta Cardoso

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