Realizado pelo Governo do Tocantins, os Jogos Indígenas da Ilha do Bananal têm balanço positivo e demonstram a vitória dos povos originários

Palco para praticamente todos os eventos, o gramado natural do campo de futebol da aldeia Canuanã, no município de Formoso do Araguaia, abrigou, durante três dias, 7 a 9 de setembro, competições de atletismo, luta corporal, arco e flecha, cabo de guerra, e futebol além do próprio jogo de futebol, que reuniu 67 times, nos I Jogos Indígenas da Ilha do Bananal, com organização do Governo do Tocantins e Prefeitura de Formoso do Araguaia.

Criado na região da Ilha do Bananal, o diretor de Proteção à Cultura dos Povos Originários e Tradicionais da Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), Célio Thorkã Kanela, destacou a persistência do povo Javaé na realização do evento, que durante anos foi promovido sem qualquer apoio governamental, e ressaltou a importância da participação do Estado. “Com o apoio dos governos, nosso povo se sente, pela primeira vez, valorizado, isso interfere no modo como a sociedade em geral olha para a gente e eleva a autoestima dos jovens das nossas comunidades para darem valor às nossas origens e se envolverem com atividades saudáveis, evitando o uso de drogas”.

Modalidades

Além da tradicional luta corporal, competições de cabo de guerra, arco e flecha, atletismo e futebol fizeram o público torcer, vibrar e se divertir no segundo dia de evento. Destas, apenas a luta corporal não contou com categoria feminina.

Entusiasmo

Aos 16 anos, a jogadora de futebol, Jamile Brito Ramos, da aldeia Horotory, competiu pela primeira vez fora de sua aldeia. “É uma emoção muito grande, até porque essa é a primeira vez que nosso time sai pra jogar fora. Ganhamos na primeira vez, é muito bom saber que o nosso esforço valeu a pena.”

Satisfeito com o apoio para a realização dos jogos, o cacique Tehãbi Javaé já prevê a ampliação do projeto. “Estou satisfeito com o apoio da Sepot [Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais]. Já conversei com o prefeito, ano que vem nós vamos fazer de novo, ano que vem vai ter mais comunidades indígenas. Todo mundo brincando é bom demais”, celebrou o cacique de Canuanã.

Participando pela primeira vez dos jogos, João Carlos Torres Silva, da etnia Atekumã, de Pernambuco, elogiou o evento. “Só não está melhor porque perdemos”, afirmou o jogador de futebol, “a organização foi muito boa”.

Finalistas dos Jogos

Luta Corporal: Maurílio Javaé (1º lugar) e Randori Javaé (2º lugar);
Atletismo: Beinare Javaé (1º lugar) e Aragone Javaé (2º lugar);
Arco e flecha: Lari Javaé (1º lugar) , Joel Karajá (2º lugar), Weheria Karajá (3º lugar) e Roke Javaé (4º lugar);
Cabo de guerra: Jovens Barcelona (1º lugar);
Futebol feminino: Horotury (1° lugar) e Cachoeirinha (2° lugar);
Futebol masculino: 1° lugar Jovem Barcelona, da aldeia Canuanã, e 2° lugar ITXEO.

Os jogos em números

Mais de mil competidores participaram dos jogos assistidos por cerca de 3 mil visitantes espectadores. Evento reuniu 10 etnias (Javaé, Karajá, Tapirapé, Krahô, Krahô Kanela, Xerente, Tuxá, Awá, Atekumã e Kanela) de três estados (Tocantins, Mato Grosso e Pernambuco). O futebol foi a modalidade com mais equipes, 67 times participaram, 49 masculinos e 18 femininos.

Realização

Os I Jogos Indígenas da Ilha do Bananal foram uma realização do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot), em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Assuntos Indígenas de Formoso do Araguaia, com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do Tocantins.

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