O Tribunal do Júri concluiu o caso do ex-policial Edson Vieira Fernandes, acusado de matar a travesti Daniela Cicarelli em Gurupi. Ele foi condenado a 16 anos de prisão. O réu também é investigado por outros assassinatos e é suspeito de participar de grupos de extermínio.
Daniela tinha 24 anos e foi morta a tiros em julho de 2018 no Setor União II. Na mesma noite outras duas pessoas foram assassinadas e uma ficou ferida em regiões diferentes da cidade. A suspeita da Polícia Civil (PC) na época era de que homens em uma motocicleta teriam efetuado os disparos.
A defesa do ex-policial, o advogado Paulo Roberto, afirma ter evidências contundentes de que um jurado foi pressionado pelo promotor, o que pode comprometer assim a integridade do processo judicial. Por isso, vai pedir a anulação do júri. “A atuação desse promotor de justiça de Gurupi não reflete o trabalho honrado que o Ministério Público do Estado do Tocantins faz”, disse o advogado.
Após investigação da PC, o Ministério Público (MP) do Tocantins entendeu que se tratavam de Edson Vieira e de Gustavo Teles, ex-policial morto em abordagem da Polícia Civil. Ele pilotava uma motocicleta e se aproximou da vítima para que o parceiro, que estava na garupa, efetuasse os disparos de arma de fogo que mataram Cicarelli.
Conforme as investigações, o objetivo da dupla seria “eliminar elementos sociais indesejáveis” da comunidade local. O ex-policial foi condenado por homicídio qualificado, praticado por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O crime teria sido praticado como “queima de arquivo”, já que Daniela era testemunha em outro inquérito policial. A denúncia ainda aponta que a dupla agia como atividade típica de grupo de extermínio.
Edson Vieira e Gustavo Teles são acusados em outras seis ações penais que investigam casos de homicídios e tentativas de homicídios praticados entre 2017 e 2018.