A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por meio da 26ª Delegacia de Polícia de Araguaína, concluiu, nesta terça-feira, 13, às investigações referentes à prática dos crimes de estupro tentado, importunação sexual e assédio sexual praticados por um enfermeiro-esteticista, de 43 anos, em Araguaína.
Conforme o apurado, no ano de 2021 o investigado no âmbito da clínica de estética, da qual é proprietário, tentou estuprar uma de suas funcionárias, sendo tudo gravado através de uma câmera de segurança (imagens que estão juntadas ao Inquérito Policial).
Nas imagens, a vítima encontra-se dentro de um depósito da clínica, quando foi surpreendida pelo proprietário exibindo seu órgão genital. Nesse momento, a vítima tenta sair do local, mas é impedida pelo homem que a agarra por trás usando de violência, porém, a mulher consegue se desvencilhar do delinquente. Nesse momento, o homem percebe que está sendo gravado pela câmera de segurança e desiste de seu intento. Enquanto agarrava a vítima por trás, o enfermeiro falou “se você deixar eu fazer o carinho, vai ser bom pra você, pois lhe darei benefícios no salário, funções na clínica.”
Esta não foi a primeira vez que o enfermeiro assediou a funcionária. Segundo a vítima, ele cometeu vários assédios sexuais contra a mesma, em que constantemente a agarrava por trás, pegava em sua mão fazendo carícias, dentre outras condutas. “O mais grave é que a esposa do criminoso, que trabalhava na clínica, em uma das ocasiões, estava na sala ao lado atendendo outras clientes”, disse o delegado Luís Gonzaga.
Mais uma vítima
Outra vítima, na época adolescente de 17 anos de idade, relatou que laborou por pouco tempo na clínica, onde constantemente o enfermeiro a assediava, tocando seu corpo, algo que a deixava muito constrangida e abalada. Certa ocasião, ele chegou a agarrá-la à força pelos braços e tentou beijá-la, mas a vítima o empurrou, evitando o ato.
“Na clínica do enfermeiro indiciado havia um grande rodízio de funcionárias, muitas não chegavam a aguentar um mês, tendo em vista o comportamento inconveniente do indiciado que elogiava partes de seus corpos e fazia comentários inapropriados”,explicou o delegado.
Conclusão do inquérito
O Delegado Luís Gonzaga da Silva Neto concluiu o inquérito policial, sendo o investigado S.R.S.J. indiciado pela prática, em tese, dos crimes de estupro tentado (art. 213, caput, c/c art. 14, II, do Código Penal), importunação sexual (art. 215-A, caput, do Código Penal), assédio sexual (art. 216-A, do Código Penal) e assédio sexual majorado (art. 2016-A, §2º, do Código Penal). O indiciado respondeu o inquérito policial em liberdade. O caso foi enviado ao Poder Judiciário e Ministério Público, para as medidas cabíveis.
Contra o indiciado vigora medidas cautelares judiciais, as quais constam que a ele é proibido: de acessar as dependências físicas da clínica de estética onde realiza seus atendimentos e que é proprietário; manter contato com as vítimas e demais funcionárias da clínica; de sair da Comarca de Araguaína sem prévia comunicação ao Poder Judiciário; e de exercer a atividade profissional de enfermeiro esteticista.
Caso anterior cometido contra paciente
Em 2022, o enfermeiro já havia sido indiciado pelos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, lesão corporal gravíssima e falsa identidade, praticados no mês de outubro de 2021, também em sua clínica, enquanto realizava um procedimento estético em uma paciente de 33 anos. De forma libidinosa, ele acariciou um dos seios da vítima, que reclamou da conduta do indiciado, fazendo-o cessar as investidas.
Mas após finalizado o procedimento estético, o indiciado tentou agarrá-la. A vítima relatou que correu para a porta do consultório, mas a mesma estava trancada e sem a chave, momento em que o indiciado a agarrou novamente, tendo ela ameaçado gritar em busca de socorro. Após esse episódio, a vítima se deu conta que em outra ocasião, em que buscou os serviços da clínica, havia também sido abusada pelo proprietário, que a acariciou de forma desproporcional.
O procedimento realizado nos seios da vítima gerou graves lesões que, conforme laudo dermatológico anexado ao inquérito policial, não é possível de serem removidas. Por fim, o indiciado, em conversa pelo aplicativo de mensagem, se passou por uma de suas secretárias e conversou com a vítima. Em oitivas, testemunhas afirmaram que a vítima encontrava-se transtornada e traumatizada com o ocorrido e que estava em tratamento psiquiátrico devido ao trauma pelo qual fora submetida pelo indiciado.
Neste processo, o indiciado também respondeu o inquérito policial em liberdade.